Essa semana, depois de muito tempo, tive novamente um sonho lúcido. Sonhos lúcidos são ocasiões onde temos a chance de conversar com os mundos mais internos da nossa própria psique. As barreiras do consciente e inconsciente se abrem, mantendo ambos conectados.
Sempre que tenho um sonho lúcido eu tento explorar ao máximo insights e respostas a questões profundas. E, nesse, não foi diferente. Tive uma breve conversa com algo indescritível e, das coisas que conversamos, antes que eu cedesse ao meu lado “povão” e perguntasse os números da MegaSena, posso dizer que fui instruído em uma questão muito complexa dos textos bíblicos, tanto da Torah, isto é, o Pentateuco, dentro do Antigo Testamento, quanto do Novo Testamento.
Quatro textos sempre me deixaram confuso: Levítico 18:22, Levítico 20:13, 1 Coríntio 6:9 e 1 Timóteo 1:10. Porém aqui vou focar somente nos dois primeiros. O que eles têm em comum? Todas as traduções desses trechos deixam claro que o Gay (entenda-se aqui, que para resumo, o uso se refere a todo o LGBTQI+) é um pecador diante do Altíssimo; e de um pecado mortal. Porém, nunca me fez sentido. Muitas das pessoas mais boas e incríveis que eu conheço são gays. Tenho na minha família e amigos pessoas maravilhosas que são gays; e isso sempre me deixou confuso nos textos bíblicos e, dessa vez, foi a hora desses trechos serem iluminados de um ângulo que eu não esperava.
Vi uma nova perspectiva nessas traduções. E é isso que vou resumir aqui, de forma bem simples: Jesus disse que o maior mandamento de todos é amar a Deus acima de tudo e, o segundo, amar ao próximo como a si mesmo. E que tudo o que há na Lei (Torah) e nos Profetas, baseiam-se em somente esses dois mandamentos. Ora, uma pessoa gay não fere nenhum desses mandamentos, por que estariam em pecado mortal? Pois não estão. O Levítico usa dois termos que passam batidos aos olhos para se referir ao homem. Ele diz Homem e Macho. E na tradução, tudo vai erroneamente como “homem”. As palavras no hebraico tem sentido específico e quase nunca são intercambiáveis. Macho, no sentido animal, violento, e homem, no sentido humano, sublime. E é aí que a coisa fica interessante. Uma tradução mais precisa desses versículos deixa muito claro que a ordem de Deus é a seguinte: “não deve o homem se deitar violentamente (esse é o sentido da palavra miskevê) como um macho (homem animal) na cama com a mulher, pois é uma abominação”. E também “o homem que ir para a cama junto com um macho, deitar-se violentamente com a mulher, abominação cometeram. Ambos morrerão. Seu sangue está sobre eles” (sobre os dois homens. A culpa é deles). Os dois trechos deixam claro, observando as palavras originais empregadas, que se trata de estupro. Do estupro de um ou mais homens sobre uma mulher. Chocante? Não se ler o texto original dentro do contexto de Levítico que trata quase o tempo todo contra incesto e estupro.
Resumidamente, os trechos em 1 Coríntio e 1 Timóteo também são vítimas de uma tradução tendenciosa, onde o neologismo criado por Sha’ul (Saulo/Paulo de Tarso), arsenokoitai (um homem que vai muito para a cama), e usado pela primeira vez por ele, é traduzido como homossexual, quando seu significado original era empregado como “promíscuo”.
Faça um favor a si mesmo. Esqueça os dogmas religiosos institucionais. Estude de forma independente. Não se deixe levar por adaptações humanas. Questione! Duvide! Medite e Ore! Estudar (leia bem: ESTUDAR) os textos no original é a melhor forma de entendermos a Palavra. E Deus agradece, e o Amor floresce.