O Ford Maverick é um daqueles raros modelos que se tornaram clássicos e, apesar da vida curta de apenas sete anos no Brasil décadas atrás, continua a ser cultuado por inúmeros fãs tanto pelo design arrojado como pelo seu carisma. Seu sucesso por aqui faz dele uma das figurinhas carimbadas da Quinta Insana, por exemplo, entre outros eventos de carros antigos na região.
Lançado nos EUA em 1969 com motor dianteiro e tração traseira, o cupê de estilo musculoso, invocado e equipado chegou ao Brasil em 1973 e se tornou uma lenda, num mercado então carente de modelos esportivos. Escolhido para completar a linha da Ford no Brasil — ele ocupou o lugar entre o compacto Corcel e o topo de linha Galaxie —, o modelo inicialmente foi equipado com motor 3.0 de seis cilindros, que desenvolvia 112 cv, uma potência de respeito para a época.
Já no ano de estreia, esse muscle car mostrou sua força no “Raid da Integração Nacional”, que rodou 17.000 quilômetros em apenas 24 dias, de Chuí até Brasília. O objetivo do projeto era interligar todas as capitais da época, percorrendo centenas de cidades do Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste do Brasil. Hoje é difícil imaginar as dificuldades enfrentadas no caminho, principalmente nas estradas de terra de regiões como o Pantanal e a Floresta Amazônica.
Mais tarde, o Maverick ganhou a versão GT, que saía de fábrica com motor V8 5.0 de 197 cv, reforçando a sua imagem esportiva. Essa característica fez com que o carro se destacasse também no cinema, como no filme nacional “O Vigilante Rodoviário”, de 1978. Hoje em dia, não raro há anúncios de classificados em que o cupê é ofertado por mais de R$ 100 mil, se bem conservado.
Com a crise do petróleo, a economia de combustível virou prioridade em relação à potência e a Ford introduziu o motor 2.3 com comando de válvulas no cabeçote e 99 cv. Por sua robustez e aerodinâmica, o Maverick também foi muito usado em competições esportivas com preparação especial. Até o fim da sua produção no País, em 1979, a linha vendeu 108.106 unidades, mas continua a despertar emoções nos apreciadores de grandes carros, sobretudo os clássicos que nunca morrem.