Tradicionalismo presente desde cedo

O movimento tradicionalista gaúcho atrai, cada vez mais, pequenos admiradores Rio Grande do Sul afora. Assim como os Centros de Tradições Gaúchas, os CTG’s e os Departamentos Tradicionalistas Gaúchos, os DTG’s estão cheios de pequenos peões e prendas que cultivam nossa tradição desde muito cedo.

Existem diversas entidades gaúchas que vão de Norte a Sul do País e também no exterior. Em Montenegro, além das modalidades mais avançadas, várias delas têm invernadas pré-mirim e mirim, que abrangem as crianças. Dentro dessas instituições, os pequenos aprendem desde cedo sobre nossos costumes, cultura, lendas e tradições.

Centros de Tradições Gaúchas na divulgação da tradição
O primeiro Centro fundado no mundo foi o 35 CTG, em 24 de abril de 1948. De lá para cá se aprimorou cada vez mais a manutenção dos ensinamentos, histórias e tradições gauchescas do Estado.

O CTG Estância do Montenegro é um dos Centros de Montenegro que têm vinte pequenos tradicionalistas, com faixa etária entre 5 e 13 anos. Márcia Blos Reidel, diretora artística da entidade, explica que as tradições devem ser mostradas às crianças desde cedo, já que são eles quem as levarão adiante. “Eles manterão nossa cultura viva. No nosso CTG existe muito respeito, é um lugar onde todo mundo da família participa. Nos bailes dançam pais, filhos e avós. Todas as gerações juntas”, pontua.

Arthur Koch, 11, é um dos dançarinos do Estância há cerca de dois anos e mesmo tão jovem, já é um amante da tradição gaúcha. “É uma tradição muito bonita que eu senti que tem um pouco dela dentro de mim. Então eu quis vir, quis testar. Sempre curti, é muito legal. Eu to sempre me esforçando”, destaca. Já Érica Weizenmann, 12, começou a dançar no CTG por intermédio de um amigo. “Ele me convidou e eu acabei me envolvendo com isso, gostando cada vez mais da tradição e do CTG em si”, comenta.

Turma Mirim do DTG Acácia Negra em evento

Mas afinal, qual a diferença entre os CTG’s e DTG’s?
Os CTG’s são sociedades civis sem fins lucrativos, que buscam divulgar as tradições e o folclore gaúcho, tal como foi codificada e registrada por folcloristas reconhecidos pelo movimento.

Rosana Cláudia de Azevedo, secretaria do DTG Acácia Negra e mãe de peão que dança na invernada, explica que os Centros são entidades tradicionalistas que cultivam a cultura e os costumes do Estado do Rio Grande do Sul no Brasil e no mundo. “Isso através de atividades associativas e recreativas, guiadas pelos mesmos princípios e normas de ação, mas espalhadas em células que podem encontrar-se em qualquer território mesmo fora do Estado”, sublinha.

Diferenciam-se de DTG’s, segundo ela, porque os Departamentos geralmente estão ligados a alguma instituição. “Eles visam a integração social dos seus participantes, os tradicionalistas, ao resgate e à preservação dos costumes dos gaúchos, através da dança, do churrasco e de esportes”.

Turma pré e mirim do CTG Estância do Montenegro durante ensaio

Os Departamentos de Tradições Gaúchas e a integração
O DTG Acácia Negra, de Montenegro, também engloba pequenos tradicionalistas. O grupo de crianças de 7 a 14 anos, conforme a patroa do DTG Márcia Mergen, tem em torno de 70 integrantes. Para ela, é de extrema importância que os jovens tenham contato e conhecimento com o tradicionalismo desde cedo. “Eles aprendem coisas do passado, aprendem a respeitar as pessoas. Eles precisam ser gaúchos sempre, e não estar gaúchos”, destaca.

Simone Belter, integrante do Departamento, concorda com a colega e salienta que o DTG passa longe de apenas uma entidade que ensina dança artística. “Tem muito estudo por trás disso. O tradicionalismo abrange geografia, história, cultura. Não é mesmo só aprender a dançar”, sublinha ela.

Na última semana, a entidade realizou uma série de atividades destinadas às crianças de escolas municipais da cidade em sua sede, assim como realizou visitas pessoalmente em cada uma delas. Um dos dias, de muito aprendizado e brincadeiras, ocorreu em alusão à Semana Farroupilha. Na sede, os alunos puderam aprender lendas como a do morro São João com o Gigante de Pedra, e o Negrinho do Pastoreiro, assim como dar voltas a cavalo, conhecer brincadeiras antigas e aprender como se faz um bom chimarrão. Tudo isso ensinado pelos integrantes da mirim do DTG.

Pensou que era mole pros pequenos? Nada disso. No tradicional 20 de Setembro todos irão desfilar a cavalo como gente grande. Responsabilidade e vontade de conhecer cada vez mais sobre as tradições do nosso Estado não faltam e os pequenos tradicionalistas devem dar show, encantando muita gente RS afora.

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