Muita poesia e imaginação no novo livro de Carlos Fernando Leser

Esta rua não é minha…

É da festa, é das crianças,
É da dança das bandeirinhas.

É do poste, é do fio,
É do vôo das andorinhas.

É da chuva, é da poça,
É da moça de sombrinha.

É neste sábado, 6, o lançamento do livro Esta Rua Não é Minha, do escritor montenegrino Carlos Fernando Leser. O evento acontece no duRudi Buffet (restaurante Clube do Comércio), na rua Capitão Cruz, n°1600, a partir das 15h, de forma gratuita e aberto à comunidade.

Com 16 poemas infantis, que tem como norte o poema principal, sobre uma rua, a obra conta com as ilustrações de Cintia Freitas. “O livro fala de uma rua onde há personagens, motivos que viram poesia. Parte de uma ideia que, conforme vai sendo narrada, apresenta elementos. Quando o autor escreve, não tem dimensão do que será feito com o livro, seja pelos pais, professores ou os próprios alunos”, explica Leser.

A ideia da parceria veio quase que por acaso. Leser encontrou a ilustradora em um evento na escola São Paulo. Na oportunidade, um documentário era produzido sobre uma premiação de projeto da escola – com envolvimento do seu livro Parque Di Versos, de 2014. “Durante um bate-papo, em que a Cintia também estava, comentei que precisava de alguém para desenhar meu livro. E ela se manifestou. Eu acredito muito na casualidade. Antes, eu tinha ideia de buscar desenhistas dentro da Uergs, porque temos muitos e bons talentos na cidade”, relata.

Com gostos construídos em referências como Tim Burton e André Neves, Leser conta que, quando viu as ilustrações de Cintia, identificou-se muito com seu estilo. “O livro carrega o trabalho do escritor e do ilustrador. E o principal motivo de criá-lo é levar a poesia e a arte para dentro das escolas. Sabe-se lá até onde vamos com isso. E quando há a ilustração junto, tudo se justifica”, defende.

O lançamento anterior do escritor foi Parque Di Versos, em 2014, que deu conteúdo para muitas aulas em escolas do município, premiações e imaginação às crianças e adultos. Ele relata, gratificado, que os poemas tomaram uma proporção maior que inicialmente sequer era pensado.

Com a obra atual, que é de produção independente, Leser conta que seguirá os mesmos passos: “boto o livro debaixo do braço e levo o projeto às instituições escolares. É ir plantando a sementinha”, diz. “Eu não recebi um diploma de escritor. Aconteceu de tanto gostar de ler; um dia você vai querer escrever suas próprias histórias. E o valor agregado ao livro é o de reconhecimento do trabalho feito. É gratificante ouvir alguma criança declamar os poemas, não porque decoraram, mas pelo interesse que despertou neles. A arte salva” pontua.

Foto: reprodução Facebook

Com vocês, a ilustradora
O trabalho de Cintia também já é conhecido em Montenegro. Tendo ilustrado quase dez livros, ela conta que os trabalhos foram acontecendo de forma natural, há aproximadamente nove anos, conforme as pessoas conheciam sua arte.
“Nesse livro, foi muito suave de trabalhar, pois o Leser não interferiu, tive liberdade. Criei exatamente o que enxerguei quando li. E rolou uma sintonia da minha arte com a dele. E se acontece essa simpatia, é mais gostoso de se envolver”, confessa.
De novembro de 2017 até o meio deste ano, os artistas desenvolveram o projeto, com ajustes e companheirismo. “Quando eu olhei, em uma página, uma ilustração ensinando dobradura de barquinho, remontou-me à infância. Eu brincava de barquinho em dia de chuva na minha rua. Foi especial. E o mérito é todo do desenhista. Eu não teria essa ideia”, relata Leser.
“E eu entro na história e vou rabiscando o que vem à cabeça. Procuro referências também, porque nem sempre o que imagino consigo transcrever para o papel. Meus esboços são todos a lápis e depois passo para dentro do computador. Eu adoro poesia, e me encantou muito a maneira como o Leser chega até as crianças e o retorno que elas dão”, conclui.

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