Brasileiro saiu da pobreza e criou um grupo acrobático de sucesso mundial

Um vídeo chamou a atenção de muitos internautas brasileiros nas últimas semanas e viralizou em algumas redes sociais. Trata-se de um grupo de bailarinos, no palco do programa americano America’s Got Talent, no qual shows de talentos acontecem na busca por um prêmio. Atualmente, a atração está em sua 13ª edição.

Grupo promoveu um espetáculo impressionante e ganhou o Botão Dourado para ir direto aos shows ao vivo do programa americano. Foto: Reprodução da Internet

Talentos profissionais e amadores de diferentes idades competem e tentam ganhar o prêmio de 1 milhão de dólares. Mas, voltando ao vídeo, que é o tema central deste texto, crianças, adolescentes e adultos sobem no palco com um figurino diferenciado e se intitulam como acrobatas não profissionais. O coreógrafo, Peterson da Cruz Hora, 37 anos, apresenta o Zurcaroh, um grupo de acrobacias de

Götzis, na Áustria.

Poucos sabiam, mas Peterson (diretor e coreógrafo) é brasileiro e iniciou os trabalhos do grupo em 2007, aqui no Brasil. Vivendo como a maioria dos compatriotas, e sobrevivendo em meio à pobreza, o paulista resolveu trabalhar arduamente para conquistar um bom futuro e sair da realidade difícil em que vivia.

No America’s Got Talent, Peterson disse que criou o grupo porque quer mudar a vida das pessoas. Ele, quando estava no quinto ano da escola, andava com cinco amigos, porém, foi o único que sobreviveu, pois a única oportunidade daquele lugar era o crime. “Eu sabia que nunca teria um futuro se eu ficasse neste mundo. Então, naquele momento, eu decidi que a dança seria o meu resgate”, afirma.

A arte que foi transformando vidas
A única coisa que o coreógrafo Peterson da Cruz Hora sabe fazer bem é dançar, segundo ele. “Sempre fui ruim na escola. Mesmo batalhando, nunca consegui fazer uma faculdade, pois tinha medo de frequentar e não acompanhar o raciocínio dos outros” revela.

Peterson nasceu em São Paulo e mudou sua vida a partir da arte e da vontade própria. Foto: Arquivo pessoal

No entanto, de olhos fechados, e apenas escutando uma música, um espetáculo de grande excelência é materializado, tirando lágrimas do público e deixando até os mais insensíveis arrepiados. A dança foi uma evolução de respostas involuntárias do corpo de Peterson desde o primeiro fôlego de vida.

O coreógrafo entende que o seu trabalho é um dom de Deus. “Devo compartilhar da mesma forma que recebi, gratuitamente e sem merecimento. Quando você se doa muito e torna-se eficiente ao próximo, você percebe que mais tarde o retorno vem triplicado e a reciprocidade é certa”, diz.

Um grupo multicultural
O grupo Zurcaroh é composto por 60 pessoas e não há requisito para participar das atividades. No entanto, a ginástica acrobática no esporte para competição exige uma seleção rígida, em que a estrutura do corpo e as habilidades precocemente apresentadas dirão se as pessoas são aptos ou não a integrar uma equipe de competição.

Peterson da Cruz Hora diz que seu projeto tem por objetivo cativar a todos, sem nenhum tipo de empecilho. “Eu entendo que meu chamado é social, servir a quem quer que seja, onde quer que eu esteja”, destaca. O grupo é multicultural e internacional, com ginastas austríacos, alemães, suíços, turcos, africanos e brasileiros (cinco).

Esta foi primeira aparição do Zurcaroh em um programa de TV tão importante como o America’s Got Talent e, de cara, ganharam o Golden Buzzer (Botão Dourado) que mandou o grupo direto para a fase de shows ao vivo.

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