Tentando inovar para conquistar mais telespectadores na faixa do final de noite, a Globo resolveu abandonar o chamado horário de novelas das 23 horas e batizou a faixa de “Superséries”. Aliás, as produções para o horário não tinham mais que 70 capítulos, por isso não poderiam ser chamadas de novelas. As últimas produções da faixa reaberta no começo de 2011, variaram entre 67 e 56 capítulos, abrindo exceções para o remake de “Gabriela”, que teve 77, e “O Rebu”, com apenas 36.
Para estrear ainda neste semestre, a Globo está produzindo e já começaram as gravações da supersérie “Os Dias Eram Assim”, que deverá ter aproximadamente 70 capítulos. Tudo começa em 21 de junho de 1970, no Rio de Janeiro. É dia da final da Copa do Mundo, e o Brasil termina a partida tricampeão. O clima de euforia que se vê nas ruas contrasta com o peso do momento: repressão, ditadura, violência. É nesse cenário que Renato (Renato Góes) e Alice (Sophie Charlotte) se conhecem e iniciam uma história de amor que vai atravessar quase duas décadas e cruzar com eventos históricos importantes do país neste período. Da repressão às Diretas Já, o amor sobrevivendo a tudo isso: medo, separação, esperança.
“Os Dias Eram Assim”, de Angela Chaves e Alessandra Poggi, já começou a ser gravada no Rio de Janeiro. Parte do elenco, incluindo Renato Góes e Sophie Charlotte, participam dos trabalhos, conduzidos pelo diretor artístico da produção, Carlos Araújo. Foram escolhidas locações em bairros tradicionais da cidade, como Catete e Centro, que preservam parte da arquitetura da época.
O médico Renato é o primogênito de uma família de classe média de Copacabana. Filho de um professor universitário e de uma dona de livraria, Vera (Cássia Kiss), ele tem dois irmãos, os estudantes Gustavo (Gabriel Leone) e Maria (Carla Salle). Cada um a seu modo, está engajado na luta pela liberdade que tanto conquistou as mentes e os corações dos jovens nesse momento histórico: enquanto Gustavo sai às ruas, Maria usa a arte como forma de manifestação e expressão.
No universo de Alice (Sophie Charlotte), a luta travada é contra o pensamento conservador da família. Questionadora, a estudante sempre bateu de frente com os pais. Dono de uma construtora, Arnaldo (Antonio Calloni) não se conforma com o fato de a mulher, Kiki (Natália do Vale), nunca ter conseguido reprimir a inquietude da filha. É o amor por Renato que faz Alice tomar coragem de contrariar o principal projeto da vida dos pais: o casamento da filha com Vitor (Daniel de Oliveira), com quem a moça namora há anos. O vilão é braço-direito de Arnaldo na construtora e filho da oportunista Cora (Susana Vieira).
São dois mundos que se cruzam por amor e serão separados pela relação conflituosa entre as duas famílias, potencializada pelo ambiente de conflito reinante no país. Ambientada entre as décadas de 70 e 80, da repressão às Diretas Já, “Os Dias Eram Assim” vai ao ar por volta das 11 da noite, e pretende mostrar a vida de pessoas comuns e seus amores afetados pelo contexto histórico do Brasil na época. E de como esse momento foi capaz de interferir em vidas, sonhos e histórias de amor.
O folhetim é um drama amoroso clássico. Também estão no elenco de “Os Dias Eram Assim” Maria Casadevall, Marcos Palmeira, Letícia Spiller e Marco Ricca, entre outros. As gravações começaram em janeiro no Chile.
Agora é esperar a estreia e ver se vai agradar o telespectador. O elenco é de peso, o assunto é interessante e a iniciativa da Globo é boa. Se vai ser uma boa produção, só o tempo dirá!