A febre do zodíaco ganha as redes

Se for vingativo, só pode ser de escorpião. Dramático, na certa é canceriano! Quem nunca ouviu essas referências, leu ou compartilhou memes a respeito? O estudo do zodíaco, com os 12 signos regidos pelos astros, intitula-se Astrologia. Há pessoas que se dedicam, assim como a outras áreas de estudo, a compreender o movimento dos planetas e sua influência no comportamento humano.

Com o avanço da tecnologia e do acesso às redes sociais, o fenômeno se expandiu, talvez de forma um tanto simplista, e todo mundo tem pelo menos um amigo que justifica as situações e personalidades a partir do próprio signo. E, acredite, tem até quem coloque nome de grupo no WhatsApp em referência ao horóscopo. Páginas específicas de humor também divulgam conteúdos engraçados sobre o assunto.

O astrólogo Carlos Falcão explica o estudo da Astrologia

A estudante sagitariana Caroline de Souza, 18 anos, costuma se divertir e compartilhar no Facebook postagens, entre memes e currículos zodiacais, referentes aos signos. Sobre a fama virtual de sagitarianos não levarem as coisas a sério, ela contesta enfaticamente. “Levamos as coisas a sério, mas do nosso jeito brincalhão. E o otimismo costuma ajudar muito”, alegra-se.

Carol, como é conhecida, afirma que tem conhecimento sobre a complexidade da Astrologia e que possui amigos interessados no assunto e conhecedores, inclusive, de mapa astral. “Tem muitos memes de brincadeira e alguns que generalizam, colocando vários signos juntos. Porém, outros tantos trazem características reais”, conclui.

De fato, a Astrologia remonta aos povos antigos de diversas regiões, como os gregos, chineses e romanos, antecedendo até mesmo a escrita. De acordo com o astrólogo Carlos Falcão, ela é uma ciência que estuda a interação entre os ciclos do sistema solar e a vida, sendo a primeira ciência humana.

“A compreensão dos ciclos da lua, marés, foi organizada no antigo Egito, com a criação do cinturão imaginário zodiacal, onde se dividiu o céu em 12 partes iguais de 30° graus cada, equivalentes aos 12 signos. A partir dessa divisão, foi possível iniciar estudos com amostragem científica através da posição dos planetas em cada grau de cada signo”, afirma.

Natasha de Oliveira Ferreira, 21 anos, não costuma entrar na brincadeira de compartilhar postagens sobre o horóscopo
foto: arquivo pessoal

A assessora parlamentar Natasha de Oliveira Ferreira, 21 anos, não costuma entrar na brincadeira de compartilhar posts sobre o horóscopo. Ela, apesar de acreditar em signos, defende que eles não definem personalidades. “Eu sou de câncer, mas não sou dramática. Muito pelo contrário: sou extrovertida, alegre e estou sempre rindo”, comenta.

A popularização prejudica a Astrologia?
Coração de gelo para todos de capricórnio? Que nada! Virginianos perfeccionistas? Nem todos! Mas temos que concordar que geminianos são, sim, indecisos e leoninos vaidosos. Brincadeiras à parte, Falcão explica que a popularização da Astrologia tem lá seu lado positivo e negativo. “Numa época em que as pessoas podem postar o que quiserem, a responsabilidade de verificar o que se lê é toda do leitor”, enfatiza.

Ele defende que a internet tornou o assunto acessível e permitiu a quebra de preconceitos seculares, frutos da desinformação a respeito do que é, de fato, a Astrologia. “Mas um lado assustador é ver algumas postagens simplistas, que são absurdas e desprovidas de qualquer verdade dentro da ciência astrológica. Como as de ‘signos mais ciumentos, ‘signos que mais traem’. Uma rotulação e estigmatização que por si só já seria nociva, torna-se pior pela irresponsabilidade de espalhar mentiras astrológicas”, salienta.

Segundo o astrólogo, qualquer conhecimento mal utilizado acaba por despertar visões distorcidas. “As pessoas respondem, algumas se identificam com os conteúdos equivocados e isso, sim, atrapalha bastante quem faz um trabalho sério e quem tem interesse e quer buscar embasamento sobre o assunto. Nesse ponto de vista, compromete, tornando a visão da astrologia fantasiosa, e de uma maneira simplista. Temos verdades e mentiras viralizadas por aí, na rede. Creio que é inevitável cada um aprimorar o próprio filtro”, conclui.

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