A banda acabou, mas sua obra continua muito viva

13 de fevereiro de 1970. Uma sexta-feira. Este foi o dia em que o primeiro disco do Black Sabbath chegou às lojas do Reino Unido – 13 também é o nome do último álbum do grupo. Coincidência? Talvez. Também foi a data em que o heavy metal começou a engatinhar na estrada do rock. No dia 5 de fevereiro, o mesmo grupo se despediu dos palcos e deixou uma legião de fãs com seus corações nas mãos. Quem já viu e ouviu de pertinho a lenda Ozzy Osbourne quase nem acredita no fim, mas concorda que há uma hora em que é preciso descansar.

“Sempre que penso no Black Sabbath, lembro da minha adolescência”. Esta frase é do baixista e guitarrista montenegrino Mario Costa, de 28 anos, que se inspirou na banda para começar a tocar. “Quando eu tinha uns 13 anos mais ou menos, estava na oitava série, escutava o que tivesse no momento. Não ligava muito pra música. Mas um dia, um amigo meu, que era bem roqueiro, me apresentou o Black Sabbath e eu achei incrível. O instrumental, a voz do Ozzy, tudo é sensacional”, conta.

Mario conheceu o som do Sabbath ainda durante o Ensino Fundamental e o grupo inglês foi uma das inspirações para que ele se tornasse músico

De “Paranoid” a “War Pigs”, de “Iron Man” a “N.I.B.”, Mario tem muitas canções preferidas. “Quando comecei a tocar e ver que eu também conseguia fazer um som parecido com o do Tony (Tony Lommi, guitarrista solo) e do Butler (Geezer Butler, baixista) foi algo que nunca havia sentido antes. Me motivou a estudar música cada vez mais. Teve uma fase, bem entre os meus 16 e meus 18, em que eu só escutava Sabbath e Metalica”, lembra.

Ano passado, Mario foi à última passagem dos caras em solo gaúcho e se sentiu em outro mundo. “Eles conseguem te transportar para outro planeta. O ‘mundo Sabbath’, o que não acontece facilmente. Naquele show, eles fizeram um passeio entre os clássicos e agitaram todo mundo que estava lá. A melhor parte foi quando tocaram ‘Into the Void’, pois é a minha favorita”, finaliza.

Ricardo (à direita) também foi ao show do Black Sabbath em Porto Alegre, ano passado, e acredita em possíveis trabalhos em breve

Ricardo Schwertner Marques, de 40 anos, também curte o som pesado dos caras, que começou a ouvir ainda na década de 80. “Conheci a banda através de discos de amigos e vizinhos. O primeiro foi o ‘Heaven and Hell’. Eles são criadores, líderes, responsáveis por quase tudo que veio depois, então são únicos. Os riffs mágicos de Iommi, a força de Ward (Bill Ward, baterista) nos tambores e a técnica magistral de Geezer no baixo são o cenário perfeito pra voz inconfundível do Ozzy”, observa.

O fã, que também assistiu o grupo em Porto Alegre ano passado, acredita em futuras reuniões. “O Tony Iommi já disse que não descarta novo álbum da banda. O Ozzy já disse que, se rolar, ele grava. O Geezer tá pela cachaça e também toca, então acredito em um novo disco, sim. Até porque o ‘13’, lançado há cerca de quatro anos, foi muito bem recebido em todo o mundo. Escrevi mais de uma vez em minhas redes sociais que a ‘The End Tour’ seria o migué mais festejado da história e acho que será mesmo. O Ozzy foi orientado por médicos a largar as turnês em 1992, quando promovia o álbum ‘No More Tears’ e batizou os shows como ‘No More Tours’. Um quarto de século depois, ele segue na ativa. Então, acho que teremos boas novidades em breve”, comenta Ricardo.

Saiba mais
O som heavy metal já estava em formação antes da criação do Black Sabbath, porém não apresentava letras tão pesadas. Bandas como Jimi Hendrix Experience, Vanilla Fudge, Blue Cheer, Cream, Deep Purple, The Who e Led Zeppelin já agitavam a galera com melodias muito próximas ao estilo. A diferença é que até os acordes do Sabbath eram mais sombrios e tensos. A música que batizou a banda e abriu o seu disco de estréia, que leva o mesmo nome do grupo, dá medo a alguns iniciantes no rock and roll. Muitos críticos e grupos religiosos julgaram a canção como satânica e, num primeiro momento, houve muito preconceito.

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