Estudantes dão nova utilidade à garrafa PET

Qual a relação entre o esporte e garrafas PETs? Um grupo de alunas da Escola Municipal Etelvino de Araújo Cruz, na localidade de Rua Nova, interior de Montenegro, tem a resposta. E elas ainda relacionaram o assunto com descarte correto, reaproveitamento de material reciclável e, enfim, com preservação ambiental.

O assunto é tema do trabalho “Sustentabilidade e Esporte”, apresentado na Feira Municipal de Iniciação Científica (Femic), pelas colegas Yasmin Luana Gomes Ferreira, Juliana Ávila de Oliveira, Ana Júlia Palagi Garcia, todas com 14 anos e estudantes do 8º ano. O projeto do grupo foi um dos selecionados para participar da Mostratec, que ocorre em Novo Hamburgo, em outubro.

Intitulado “Reutilização de garrafas pet para construção de materiais esportivos” o projeto consiste no uso desse material para fazer artigos como peso e até mesmo uma prancha, entre outros. A ideia, no entanto, não surgiu ao acaso. Yasmin observa que inicialmente elas saíram pela comunidade para conversar com os moradores sobre a importância do descarte correto de lixo. “Percebemos que havia esse problema e procuramos conscientizar as pessoas”, recorda.

Durante essas saídas pela localidade, as colegas perceberam que era expressiva a quantidade de garrafas pets descartada e, nem sempre, da forma adequada. Essa percepção resultou no trabalho exposto durante a Femic.

As alunas são unânimes em salientar os danos gerados pelo plástico ao ser jogado no meio ambiente. Esse material leva séculos para se decompor e, durante esse período, prejudica o solo e a fauna. “Ajuda a provocar alagamentos, entupindo bueiros”, exemplifica Yasmin. As colegas acrescentam que os problemas decorrentes vão mais além, pois, através dos córregos, o plástico chega aos rios e mares, podendo causar a morte de animais que confundem esse material com alimento.

Os montenegrinos conhecem bem esse problema, tanto pelas enchentes como pela poluição do Rio Caí, que sofre com a ação inconsequente de quem descarta o lixo de forma inadequada. Após as cheias, o rastro de sujeira deixado pelas águas confirma essa prática. Sua bacia hidrográfica abrange mais de 40 municípios que são abastecidos, de forma parcial ou total, pelas águas do Rio Caí.
As estudantes uniram o útil ao agradável, divertindo-se com a criação e experimento das peças, ao mesmo tempo que aprenderam mais sobre o meio ambiente. As três usaram a prancha em um açude da localidade e garantem que não afunda. “Foi uma experiência muito boa”, resume Juliana. “Cada uma usou a prancha de uma vez, e não afunda”, reforça Ana Júlia.

Coleta de lixo no interior
O resultado da educação ambiental desenvolvida na escola vai além dos trabalhos feitos durante as aulas, pois transforma os alunos em multiplicadores dessas ações, influenciando a rotina da família. Yasmin, Juliana e Ana Júlia garantem que também em casa fazem sua parte na preservação do meio ambiente, separando o lixo e observando o dia de coleta. Conforme cronograma divulgado pela Prefeitura, em Rua Nova o lixo seco é recolhido na terça-feira e, o orgânico, na quinta-feira.

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