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Carreteada de Bom Jardim reverencia o presente

O boi ainda é usado no trabalho das pequenas propriedades da região

O carro de boi tem papel fundamental na história do Rio Grande do Sul, seja no transporte ou na lida de campo. E durante a 2ª Carreteada de Bom Jardim, interior de Montenegro, foi revelado que este animal ainda faz parte do dia a dia dos agricultores.

Confraternização de 73 carretas nas estradas da localidade de Bom Jardim

O evento do grupo Carreteiros de Nossa Senhora Aparecida do Bom Jardim reuniu nesta manhã de sábado, dia 22, 73 carretas puxadas por junta de bois, vindas de diversas cidades da região. Segundo um dos organizadores, Sirineu Motta, 55 anos, confirma que existe uma relação afetiva que remete aos antepassados de todos. Todavia, não se trata de memória, pois este sistema continua bem vivo. “Antes era tudo a boi. E agora, quem não tem um trator, como eu, ainda toca direto (com boi)”, confirma.

Sirineu, que levou a cachaçinha, diz que carreteada é confraternização

É isso que acontece com o brochiense Pedro Valdemar da Silva, 67, que faz todo o trabalho da propriedade no Rincão dos Brochier usando duas parelhas. Ele também não tem e, na verdade, não gosta de trator, então segue no sistema que conheceu aos 13 anos, quando teve sua primeira junta. “Toda vida trabalhei com o boi e vou cultivar o boi enquanto eu puder. Porque eu gosto muito do boi. Gosto mesmo”. Sua primeira lembrança a respeito é de ir à festa de São João na carreta de um tio.

Silva levou a parelha Baito e Baiano. Ele diz que de pequeno é preciso domar.

Como forma de reverência, hoje Silva participa de carreteadas e é um dos organizadores daquela anual em Brochier. Certamente um dos participantes é seu conterrâneo José Auri de Ávila. O agricultor de 65 anos encarou a estrada na tarde de sexta-feira, 21, para passar a noite em Bom Jardim.

Seu acampamento reuniu 20 familiares, que no dia seguinte saíram em quatro carretas. Ele confirma que o boi é indispensável na propriedade do Rincão São Bento, especialmente para arar a terra pedregosa. “Me criei trabalhando com boi”, recorda.

Para João (blusa branca), de 14 anos, conduzir carreta é seu cotidiano

E ainda há quem esteja se criando tendo nas mãos as rédeas de uma parelha. Entre muitos veteranos, o jovem João Edeson da Cruz chamava atenção, ‘cangando’ a dupla Triunfo e Campeiro. Ele tem 14 anos e desde os 11 lida com os animais, que ainda são força de trabalho na propriedade em Sobrado, Montenegro. “A família toda já gostava Vem de tradição”, afirma o jovem agricultor que trabalha ao lado do pai e do irmão.

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