A fala do principal palestrante do País na atualidade, Leandro Karnal, tem uma dicotomia curiosa. De um lado, ela causa desconforto, porque estimula o espectador a sair da zona de acomodação; de outro, injeta doses de otimismo em torno da vida, porque mostra a direção a ser seguida para que a existência não passe em branco, sem graça nem sentido.
Na última semana, o Ibiá acompanhou a palestra que o professor — graduado em História aqui ao lado, na Unisinos, em São Leopoldo — deu a centenas de pessoas no Teatro do Sesi, em Porto Alegre, dentro do projeto “Provocações Contemporâneas”, uma iniciativa da produtora Applaus que se propõe a refletir, explicar, debater e desconstruir a nova ordem mundial em palestras, workshops e painéis com os conferencistas, jornalistas, escritores, artistas, publicitários e empresários mais importantes do país.

Os 30 anos em sala de aula em escolas de Ensino Fundamental, Médio, públicas e privadas, cursinhos pré-vestibulares e universidades (atualmente é docente na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) somados a uma sólida formação acadêmica e a uma rotina intensa de estudos, leituras e viagens pelo mundo fizeram dele uma espécie de oráculo dos tempos modernos. Nada mais apropriado para essa época em que a humanidade, e particularmente os brasileiros, não sabem direito para onde se vai. Tudo está em xeque. As certezas desapareceram.
Profundo conhecedor da História e da Filosofia, Karnal discorre com firmeza acerca dos dilemas cotidianos. Não é à-toa que frequentemente está na televisão a fazer comentários. Também não é de graça que é colunista do Estado de S. Paulo, um dos principais jornais do país, e que figura em páginas de revistas de circulação nacional analisando o nosso tempo. Na internet e nas redes sociais, é quase um pop star. Não que saiba tudo, embora muitos o tenham nesta conta. Mas tem opiniões respeitadas e bem fundamentadas que têm feito brilhar os olhos de quem vive a angústia em busca de respostas para tantas disrupções em curso.
Fora isso, o professor emprega técnicas que deixam o público vidrado ao longo dos 90 minutos que costuma dedicar a palestras. Faz rir. Dá seus cutucões, mas também ameniza. Morde e assopra. Cita grandes pensadores e artistas. Argumenta com base nas suas vivências. Emprega exemplos. A sensação é de que ele está diante de um quadro-negro dando lições de como se deve viver para não ser um frustrado, um medíocre, um vazio.
Ouvir o pensador é especialmente improdutivo para a geração “mimimi”, para os adultos infantilizados e quaisquer outros indivíduos que, acima de qualquer coisa, vivem numa “vibe mais de boas”, ao estilo “deixa a vida me levar”. Não percam tempo. A fala de Karnal é árida, mas sincera. Dura, porém honesta. Papo reto, só que instrutivo. Ele ataca, por exemplo, a obsessão que você tem de expor a vida nas redes sociais. Não por nada, mas porque normalmente lhe induz a ser um personagem diferente, não você mesmo. Afora a imensa perda de tempo e de foco.
O Brasil
Com a nação imersa em crises de todos os tipos para todos os lados, o professor reconhece, sim, que o momento e perturbador. “No período entre o suicídio de Vargas e a posse de Juscelino Kubitschek, chegamos a ter vários presidentes em uma semana. Mas havia horizonte. Havia o que esperar. O que parece difícil neste momento é ver perspectiva fora desse caos. Mas todas as crises passam. A tempestade política, certamente após as eleições de 2018, será ultrapassada. Já a tempestade econômica parece ter diminuído um pouco. Temos que pensar que todas essas pessoas que estão hoje em manchetes de jornais, nos incomodando, estarão mortas daqui a 15, 25 anos. Já vamos mentalizando essa ideia para que ocorra o quanto antes”, disse, levando o público às gargalhadas.
Mas tome cuidado para não se contaminar. Fixar-se em excesso nos fatos e nas pessoas do presente é improdutivo. Você é o foco. Maus políticos vão e vêm. Para ilustrar, ele contou que, quando estudante, participou de comício das Diretas Já, em 1984, e a resposta que veio com o fim da ditadura militar foi o governo José Sarney, que entregou o pode com 84% de inflação ao mês. Depois vieram todos os movimentos pelo voto direto para presidência e o eleito foi… Fernando Collor de Mello!
“A vida de vocês é um projeto, enquanto a política e a economia vêm e vão. Olhem, portanto, para além do horizonte. Temos que ter perspectiva que permita focar no momento seguinte [à crise], até porque nem sabemos quem vai governar esse país no mês que vem, no ano que vem. Há risco de a eleição ser numa cédula em que as opções são Satanás, Belzebu, Cramulhão. Mas acho que vai ser um demônio novo. Por isso, em vez de dedicarmos 100% da atenção no drama político e econômico do País — que deve sim ser alvo de nossa consciência política —, foquemos naquilo que vai continuar, ou seja, o nosso projeto pessoal. No Sul da Alemanha, quando nasce uma criança, eles plantam um carvalho para que o neto dessa criança tenha madeira.”
O palestrante afirmou não recordar de ocasião em que as pessoas estivessem mais desesperançosas que agora. O pessimismo está no ar, reconhece. Mas projetou no telão a figura da hiena Hardy — aquela do desenho animado que passa a vida dizendo “Ó céus; Ó vida; Ó azar” — para dizer que, mesmo tendo ela razão nas previsões, nada fazia para os problemas serem superados. Isso vale para você que a tudo critica, mas pouco sugere nem faz nada para mudar a direção.
Seja um empreendedor
Segundo Karnal, resolver problemas e empreender qualquer projeto pessoal ou profissional demanda “um otimismo patológico”, ou seja, uma obsessão para que as coisas deem certo. “Se eu lesse estatísticas e observasse exemplos, nunca teria casado, porque matematicamente é uma decisão errada.
Casamento é como submarino. Pode até flutuar, mas foi feito pra afundar”, comparou, arrancando risos da plateia. Mas foi por conta da ousadia de pessoas que surgiram empresas, universidades, obras de arte, grandes famílias. “As pessoas criaram porque são otimistas.”
E o momento atual pede muito este tipo de atitude. Yuval Harari, autor de dois livros de sucesso, “Sapiens” e “Homo Deus”, declarou em Portugal que essa é a primeira vez em que não se sabe o que ensinar à próxima geração. Pela primeira vez, não se sabe nem qual é o currículo escolar que vai atender ao mundo do século 21. “Não temos mais certeza. As pessoas estão perdidas. Quais serão os valores? O que vai determinar fracasso e sucesso, em qualquer sentido dessas palavras? É possível ser uma pessoa de sucesso pessoal mesmo sendo um trabalhador braçal, ainda que nem todas as escolas do Rio Grande do Sul entendam isso.”
Importância do erro
Não importa o quanto você treine: você vai errar. Caminha-se desde a infância e ainda assim se tropeça. Quando isso ocorre na vida, é sinal de atenção. Mas do limão se faz uma limonada, porque erros também ensinam e levam ao crescimento pessoal e profissional. “Se estou aqui hoje, não foi tanto pelo que acertei, mas pelo que aprendi com meus erros. Erro é uma oportunidade para repensar ações e estratégias. Anote seus erros. Aprenda com eles.”
Cometer deslizes, diz o historiador, é uma boa oportunidade para enfrentar “o maior perigo da espécie humana”: zona de conforto, isto é, tudo que deixa a pessoa bem, confortável, acomodada. Requer atenção porque essa sensação tende a lhe deixar limitado, repetitivo, estacionado. É assim com os casamentos, exemplificou o palestrante, porque os relacionamentos terminam mais por conforto do que por ciúmes ou outros sentimentos fortes.
Contudo, essa conduta é contraditória, porque a rotina costuma não fazer bem e, ainda assim, a maioria não reage. “Freud se fez essa pergunta ao final da vida, em 1938, em Londres. ‘Por que as pessoas fazem o que lhes causa dissabor e infelicidade? E, quando são infelizes, pensam o que será que aconteceu?’ Por que você vai ao mesmo programa familiar de domingo, todos os domingos, se ao final acha tudo chato, ruim, repetitivo?”
Mesma coisa quando se tem, por exemplo, um trabalho a ser entregue, mas se deixa para a última hora e, na véspera, você se desespera e fica à noite acordado, ansioso, entupindo-se de café. Depois, no próximo trabalho, faz tudo de novo. A zona de conforto, portanto, tem um lado nocivo. “O nosso cérebro é programado para repetir. Tudo o que me protege também me limita em dado momento. Tudo aquilo que as pessoas fazem por mim me torna uma pessoa mais lenta. E menos capaz. Quanto mais as pessoas fizerem algo por mim, mais eu vou involuir.”
Dica para lidar bem nessa situação é estar sempre atento às coisas que causam prazer imediato e normalmente têm consequências futuras. Tipo, comer algo gorduroso para sentir o sabor gostoso, mas depois ganhar peso e colaborar para o entupimento das artérias. Avalie o efeito dessa decisão imediata pelo prazer, porque essa é uma relação causa e efeito. Coloque tudo na balança.
A liberdade e suas angústias
Nunca o ser humano teve tanta liberdade como agora. O dia a dia é repleto de possibilidades. A questão é que tantas opções deixam as pessoas angustiadas, conforme o filósofo Jean-Paul Sartre. Sociedades livres, além disso, são sociedades mais complexas e mais complicadas. As liberdades, diz o professor, parecem sinônimo de felicidade e trazem consigo a dúvida se a escolha pessoal foi mesmo correta. Daí tanta incerteza. Daí a importância de se estar preparado para as tantas mudanças em curso no mundo e as tais crises.
“Os professores do Colégio São José, da Unisinos, da USP e da França me preparam muito bem, mas para um mundo diferente. Não tenho a menor noção do futuro. Mas sei que as decisões que forem tomadas agora remetem a ações preventivas para o futuro. Se estou aqui hoje é porque tomei decisões aos 17 anos. Daqui a 10 anos estarei aonde me levarão as decisões de agora. Estratégia, então, é a capacidade de prever as coisas e nos prepararmos para elas.”
Abandone o pensamento mágico
Você é o senhor das suas escolhas. Não terceirize suas responsabilidades. Não engane a você mesmo. Tudo o que não se expande, encolhe. Tudo o que não se renova, envelhece. Esta é a realidade. Não existe saída mágica, apesar de haver gente dizendo que não consegue guardar dinheiro porque esse é um mal de família ou que não aprendeu Inglês porque a família não estimulou. “Seu corpo, sua renda, sua família, seu conhecimento: tudo vem de decisões práticas tomadas por vocês. Comecem os novos planos agora, não no segundo semestre. Comece hoje ou, no máximo, amanhã. Tomar decisões me tornam o protagonista da minha vida. Seja o sócio-majoritário de sua existência.”
Para Karnal, há situações em que é importante ouvir a opinião de pessoas antes de uma tomada de decisões, mas o comando está em suas mãos. Além disso, pense para além do momento imediato e dos elementos concretos que estão ao redor. “A vida vai lhe dar menos do que você quer, então mire alto. Deseje ser um Alexandre, o Grande, para que a vida, no mínimo, lhe torne um esforçado general Ptolomeu. Pensem alto, mas com racionalidade estratégica.”
Mas o que ele quer dizer com isso? Deixe de imaginar que determinado ato ocorreu em sua vida devido a destino, carma, signo, superstições. Não diga que você não deu certo na vida porque não teve sorte. Não espere ter uma crise de saúde para saber que precisa ter uma mínima reserva de dinheiro.
Aprenda a enfrentar os revezes da vida. “Dizem que eu falo bem, mas não é por que sou de Aquário. Cada um de nós é que constrói as possibilidades da vida, e não dizendo a Deus ‘eu quero’ e tudo acontece.” Força de vontade. Persistência. Disposição. Nada de xororô.
Perguntam a Karnal como ele consegue ler tanto. O “segredo” é um só. Abrir o livro, sentar para lê-lo e assim sucessivamente, página por página e, ao final, fechar o livro. Também lhe perguntam como consegue acordar tão cedo. A resposta é muito simples: o celular toca o despertador, ele levanta da cama e segue a rotina diária. Claro que a obsessão pelas redes sociais torna-se um obstáculo, porque induz as pessoas a ler menos. A pensar menos. A agir menos. Tome cuidado.
Tenha um trabalho,não um emprego
Se você se sente bem apenas a partir do por do sol de sexta-feira, hora em que vai embora do trabalho, há um grande equívoco com seu projeto de vida. Nem o trabalho nem o estudo são castigos para ninguém. Ter um emprego, segundo o historiador, deve ser apenas uma situação passageira. No máximo, um meio para atingir um objetivo maior, ou seja, ter um trabalho, este sim capaz de levar à realização pessoal. “É isso que dá significado à nossa existência. Seu professor é fraco? Não reclame, porque é uma chance para você estudar ainda mais, porque ao menos ele não vai lhe atrapalhar.
Dizer que patrão é chato é pleonasmo. Entenda que bens e dinheiro precisam ser consequência de uma escolha profissional, e não a causa. Bens não são a medida do sucesso. E sucesso, se é fruto de seu trabalho honesto, não pode lhe causar vergonha. Muita gente tem vergonha do sucesso”, lamenta.
Se você mira ser um vencedor na vida e, ao mesmo tempo, é do tipo que não leva desaforo para casa, cuidado! Quanto mais intolerância, menores as suas chances. Karnal afirma que não se trata de fazer vistas grossas para assédio sexual ou racismo, que são crimes, por sinal, mas sim de virtudes como jogo de cintura, capacidade de diálogo, paciência e calma. “O seu orgulho, o seu narcisimo, costumam ser obstáculos. Todo mundo que venceu tem duas coisas em comum: ralaram muito e engoliram muito sapo. Dessas pessoas pode-se dizer que a capacidade de negociar com seus narcisos as levaram muito longe.”
A função do incômodo
Karnal cita Freud para argumentar quanto à importância de sair da zona de conforto. “Só crescemos porque algo nos incomoda. Ele chama isso de ferida narcísica. Ostra feliz não produz pérola, diz o ditado. O que me incomoda na vida pode ser um ponto de impulso. Sem nenhum incômodo, eu ficaria satisfeito na zona de conforto. Não é a-toa que tanta gente de grupos perseguidos ou minoritários dá tantos gênios ao mundo. Eles sentem muito incômodo, e isso os leva para frente”, analisa.
Entre as ações que eventualmente causam desconforto, estão o estudo e a leitura. Entretanto, é preciso superar esse bloqueio, porque conhecimento é poder. “O que você sabe é seu. O que está no seu cérebro é seu patrimônio. Já o que você tem no banco, no cartório, você divide com família, governo, criminosos. Claro que é bom ter bens, imóveis, carros, viajar de classe executiva. Mas isso vai e vem. O mais importante é ter conhecimento para enfrentar a vida, os desafios.”
Redes sociais deprimem
Poucos escapam dessa. Para a maioria das pessoas, as redes sociais têm como função principal exibir uma vida que nem sempre corresponde à realidade.
Karnal não fala necessariamente em mentira, mas sim no aspecto seletivo das publicações, que mostram apenas o lado bom do dia a dia. Todos são felizes e prósperos. A repetição desse hábito constrói bolhas e muitos ficam reféns dessa situação. Em consequência dessa corrida pela superexposição da intimidade, vem um sentimento ruim, que empurra as pessoas para baixo. “É uma tristeza nascida da diferença entre o que eu pareço e o que eu realmente sou. Mas não quero dizer que é preciso ser burro para ser feliz. Se burrice viesse acompanhada de felicidade, ela seria muito forte no planeta. Quase todo mundo andaria eufórico pelas ruas.”
O pensador também recomenda cuidado com os desejos. Na medida certa, servem de incentivo, mas em excesso não fazem bem, porque a sua vida pode ser dominada por eles, querendo mais e mais incessantemente. “O apego causa sofrimento.” Associada a esse ideia, vem a importância de se aproveitar bem o tempo, o único bem humano que não pode ser reposto. Segundo ele, ninguém tem de produzir sem parar. Não é isso. A questão é você mandar no seu tempo em vez de ser atropelado pelos acontecimentos. “Tenham consciência sempre do que fazem e querem. Se você para para descansar, se se dá direito à preguiça, você é senhor do seu tempo, não vive correndo atrás dele.”
Qual seu projeto de vida?
Fundamental fazer esses questionamentos: que modelo de vida estou seguindo? Esse meu projeto está dando certo? Estou bem? As pessoas que me cercam estão bem? Estou tornando meu ambiente melhor? Faço parte do problema ou da solução? “Nós temos as respostas, então não precisamos nos enganar. O que estamos fazendo de nós mesmos?”, provoca.
Karnal recorre à estátua do Self Made Man, que adora, para exemplificar que qualquer ser humano tem partes prontas, outras em construção e algumas totalmente inacabadas. “Você pode transformar-se no que quiser. Ninguém é perfeito, ou seja, feito, acabado. Somos perfectíveis. Seja você o senhor do seu processo de construção. Seja sócio majoritário de sua vida. O martelo está nas suas mãos.”
Estejam onde vocês estão
Já aconteceu com você de estar em um algum local, mas com a cabeça em outro, completamente diferente? Atire a primeira pedra quem não. Porém, tente eliminar essa situação de sua vida. Segundo o professor, os budistas lhe deram um conselho na Ásia que serviu de divisor de águas. “Estejam onde vocês estão. Antes disso, eu me encontrava em um local, mas sempre pensando na frente, nas tarefas mil a cumprir, sempre angustiado com o momento seguinte. Agora, quando entro em um lugar, fixo-me na ideia de que estou aqui e não penso em coisas além.”
Na prática, esse conceito significa que, se você for para casa para descansar, descanse; se for namorar, namore. Se for assistir TV, assista; e, quando estiver no trabalho, trabalhe. “Pare com mil coisas ao mesmo tempo. O cérebro fica desfocado e isso torna a vida infeliz. E se alguém tenta lhe ofender, avalie se vale a pena dar resposta. O veneno só funciona se eu bebo.”
Ainda neste quesito de autocontrole, é preciso, segundo ele, ter este tipo de conduta: ouvir sempre, refletir mais e, só depois, agir. Tudo está errado na vida quando você age sem ter refletido. E, quando agir, aja com prudência. Karnal insiste muito na ideia de que o controle deve estar em suas mãos para que o mundo o vença diariamente, até porque o sobe e desce dos mercados é algo corriqueiro, então não é inteligente atrelar seu projeto de vida a essas oscilações. Blinde-se. Acredite na ideia de que o ser humano está em permanente construção e de que você tem limites. Não é produtivo brigar contra aquilo que você não consegue controlar.
Seja adulto. Isso implica fazer escolhas e assumir todas as consequências disso. É infantil pensar diferente. “Todos nós podemos todos os dias ir a uma zona de vício, pegar uma pedra de crack e fumar. Sou livre para ter um vício, destruir minha vida, mas não tenho como escapar das consequências. Sou livre para escolher, mas não sou mais livre a partir da decisão tomada. Mas as pessoas hoje têm sido infantis. Querem ser livres para escolher e depois querem se ver livres das consequências. Ser adulto é aceitar as consequências”, conclui.
Quem é Leandro Karnal?
Atua como convidado de programas de TV; é autor de mais de 10 livros; membro de conselho editorial de revistas científicas; colunista do jornal Estadão; suas análises ocupam páginas de revista de circulação nacional; na internet, tem milhares de vídeos postados com um número enorme de visualizações. Karnal é historiador e professor de História da América na Unicamp (Campinas). Tambem é curador de diversos museus e de exposições artísticas.